Psicologa e Neuropsicologa

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

TDAH

Desenvolvimento do TDAH

Na infância, o TDAH é um dos transtornos mentais mais comuns. Quase sempre, aparece na fase em que a criança começa a freqüentar a escola. Cerca de 5% de meninos e meninas nessa fase têm esse problema.
Os sintomas do TDAH são: desatenção, impulsividade e inquietação. Se a pessoa tiver alguma dessas características, é possível que ela esteja sofrendo deste transtorno. O diagnóstico de um especialista, como o neurologista ou o psiquiatra, é muito importante. Principalmente porque os sintomas do TDAH podem ter conseqüências graves se não forem tratados desde cedo.
Estudos demonstraram que mais de 30% das crianças com TDAH repetem um ano na escola e até 56% delas precisam de acompanhamento pedagógico adicional. Os sintomas do transtorno podem prejudicar o desenvolvimento emocional e social da criança e até levá-la ao consumo de substâncias químicas, como o álcool e drogas. Portanto, o não tratamento do TDAH pode causar grandes prejuízos na vida social, familiar, acadêmica e profissional do indivíduo. Na criança, o transtorno pode causar a diminuição do rendimento escolar. Já no adulto, ocasiona baixa produtividade, pouca motivação e aumente até a incidência do desemprego. Uma pessoa com TDAH está mais propensa a sofrer acidentes, inclusive os mais graves, e viver crises de depressão, ansiedade e outros transtornos.
Causas do TDAH
As causas do TDAH ainda não estão completamente esclarecidas. Entretanto, diversos estudos no mundo inteiro encontraram tendências genéticas e ambientais que podem contribuir para o entendimento do transtorno.
A criança pode nascer com uma predisposição para o transtorno e vai desenvolvendo seus sintomas (desatenção, inquietação e impulsividade) à medida que ela cresce e se relaciona com sua família e com outras pessoas.
O TDAH não é um transtorno exclusivo da infância. A maior parte das crianças com TDAH mantém os sintomas ao longo da vida: 85% dos casos persistem na adolescência e de 50% a 70% continuam na idade adulta.
O indivíduo é formado pelos sistemas sensorial-motor-cognitivo, os quais ora se relacionam mais com um determinado campo, ora mais com outro, podendo criar múltiplas possibilidades de formas de contato e de comportamento.
A criança que tem seu sistema motor inibido com "não faça isto, não faça aquilo"; seu sistema cognitivo superestimulado com "pense sempre antes de agir, cuidado com erros", terá estes dois tipos de introjetos afetando imediatamente seu campo psicoemocional, produzindo nela um medo generalizado e sentimentos de insegurança que afetam seu campo sócio-ambiental, fazendo-a assumir sempre atitudes tímidas, prudentes, com dificuldades de relacionamento e profunda desconfiança de si mesmo.(Ribeiro, 1997, p. 24)

Em adultos, o TDAH é provavelmente o transtorno psiquiátrico mais comum não diagnosticado. É uma continuação do problema na infância.
Para fins diagnósticos, o DSM-IV exige que os sintomas de falta de atenção, hiperatividade e impulsividade tenham surgido antes dos sete anos, que ocorram freqüentemente, que sejam mal-adaptativos e inconsistentes com o nível de desenvolvimento da criança, que persistam por, no mínimo, seis meses e se manifestem em dois ou mais ambientes. Pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade/impulsividade têm que estar presentes freqüentemente na vida da criança.
A fraca capacidade de manter a atenção focalizada, quando distintos estímulos no ambiente distraem com facilidade a criança, designa o tipo predominantemente desatento.
A sua atenção difusa (dirige a atenção a muitas coisas ao mesmo tempo) cria problemas no pensamento e na memória. Essa criança, contudo, é capaz de se concentrar horas em uma atividade que aprecia e na qual é habilidosa. Uma explicação dada por Barkley e cols. (1998) para esta "desatenção seletiva" relaciona-se à motivação e ao prazer desencadeado pela tarefa, como se essa criança fosse movida por estímulos excitantes, onde o mundo tem que ser interessante e tudo aquilo que for aborrecido, tedioso, prolongado ou repetitivo não tem um atrativo intrínseco.
As investigações científicas atuais para a determinação da etiologia da síndrome atingem um amplo campo que vai desde aspectos bioquímicos e neurológicos até psicológicos e sócio-ambientais.
Barbosa, Gaião e Di Lorenzo (1996) distinguem três concepções etiológicas para o TDAH: a) a que defende a síndrome como um transtorno de personalidade, oriunda das abordagens psicodinâmicas; b) a de base orgânica que considera o transtorno como sendo uma afecção cerebral; e c) a genética, com a idéia de uma possível transmissão genética nas bases do TDAH.
No campo biológico, o meio científico tem valorizado duas hipóteses neurológicas. Estudos recentes sobre síndromes localizadas sugerem que o TDAH resulta de uma disfunção do lobo frontal devido a uma perturbação dos processos inibitórios do córtex. Uma outra proposta de base neurológica dada por Kornetsky (conforme citado por Hallowell & Ratey, 1994/1999) enfoca um desequilíbrio neuroquímico nos sistemas neurotransmissores da noradrenalina e da dopamina, os quais se encontram em níveis inferiores, sendo o TDAH provocado por uma baixa produção ou subutilização dessas substancias. A etiologia genética tem sido sustentada a partir de estudos de família com filhos adotivos e gêmeos que verificaram antecedentes de hiperatividade nos pais e falta de associação entre crianças adotadas e pais adotivos.
Nas pesquisas de caracterização sócio-emocional, o estilo de criação e as características de personalidade dos pais são considerados fatores que interferem no desenvolvimento e curso do transtorno. Ajuriaguerra e Marcelli (1984/1986) abordam a questão clínica da síndrome, considerando que o transtorno hipercinético pode ser um estado reacional a uma situação traumatizante ou ansiogênica que responde a uma angústia permanente. Para Hernandez (1989), existe uma hiperatividade de comportamento ou uma hiperatividade reativa gerada em ambiente onde há relacionamentos familiares insatisfatórios e falta de reciprocidade afetiva, sendo a criança objeto de permanente desvalorização e alvo de crítica.
Pesquisas mais recentes têm apontado para uma etiologia multidimensional diante da complexidade desse transtorno e da falta de evidências científicas sólidas que sustentem uma etiologia única e de base exclusivamente biológica. Estudiosos passaram a afirmar que a vulnerabilidade biológica e os fatores psicossociais interagem de um modo circular com relação à causa, gravidade e resultado do transtorno. Para Barkley, Murphy e Bauermeister (1998), o TDAH envolve interações multidirecionais, recíprocas e dinâmicas entre influências genéticas, neurais, psicológicas, comportamentais e ambientais que ocorrem ao longo do desenvolvimento da criança.

IMPACTOS DO TDAH
Diagnosticar o TDAH é o primeiro passo. Depois, é começar o tratamento. Observar na família, ou no convivo escolar, alguma pessoa, aluno, desatenta, inquieta ou impulsiva, oriente a consultar um médico. Pode ser criança, adolescente ou adulto.
O Tratamento do TDAH deve ser multímoda, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador. A medicação é parte muito importante do tratamento.

NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE
As crianças com TDAH, em especial os meninos são agitadas ou inquietas. Freqüentemente têm apelido de "bicho carpinteiro" ou coisa parecida. Na idade pré-escolar, estas crianças mostram-se agitadas, movendo-se sem parar pelo ambiente, mexendo em vários objetos como se estivessem "ligadas" por um motor. Mexem pés e mãos, não param quietas na cadeira, falam muito e constantemente pedem para sair da sala ou da mesa de jantar.
Elas têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes. Elas são facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo, mas também se distraem com pensamentos "internos", isto é, vivem "voando". Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram sinais, vírgulas, acentos, etc.). Como a atenção é imprescindível para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas como "esquecidas": esquecem recados ou material escolar, aquilo que estudaram na véspera da prova, etc. (o "esquecimento" é uma das principais queixas dos pais). Quando elas se dedicam a fazer algo estimulante ou do seu interesse, conseguem permanecer mais tranqüilas. Isto ocorre porque os centros de prazer no cérebro são ativados e conseguem dar um "reforço" no centro da atenção que é ligado a ele, passando a funcionar em níveis normais. O fato de uma criança conseguir ficar concentrada em alguma atividade não exclui o diagnóstico de TDAH. É claro que não fazemos coisas interessantes ou estimulantes desde a hora que acordamos até a hora em que vamos dormir: os portadores de TDAH vão ter muitas dificuldades em manter a atenção em um monte de coisas.
Elas também tendem a ser impulsivas (não esperam a vez, não lêem a pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros, agem antes de pensar).

Dificuldades que um adulto pode viver por causa do TDAH.

Os sintomas do TDAH podem interferir na vida profissional, social e familiar dessas pessoas de diversas maneiras. Dificuldades de organização e concentração, problemas para realizar tarefas que exigem raciocínio e administração de tempo e falta de habilidade para se relacionar com outras pessoas são alguns dos problemas.
Atualmente acredita-se que em torno de 60% das crianças com TDAH ingressarão na vida adulta com alguns dos sintomas (tanto de desatenção quanto de hiperatividade-impulsividade), porém em menor número do que apresentavam quando eram crianças ou adolescentes.
Para se fazer o diagnóstico de TDAH em adultos é obrigatório demonstrar que o transtorno esteve presente desde criança. Isto pode ser difícil em algumas situações, porque o indivíduo pode não se lembrar de sua infância e também os pais podem ser falecidos ou estar bastante idosos para relatar ao médico. Mas em geral o indivíduo lembra de um apelido (tal como "bicho carpinteiro", etc.) que denuncia os sintomas de hiperatividade-impulsividade e lembra de ser muito "avoado", com queixas freqüentes de professores e pais.
Os adultos com TDAH costumam ter dificuldade de organizar e planejar suas atividades do dia a dia. Por exemplo, pode ser difícil para uma pessoa com TDAH determinar o que é mais importante dentre muitas coisas que tem para fazer, escolher o que vai fazer primeiro e o que pode deixar para depois. Em conseqüência disso, quem TDAH fica muito "estressado" quando se vê sobrecarregado (e é muito comum que se sobrecarregue com freqüência, uma vez que assume vários compromissos diferentes), pois não sabe por onde começar e tem medo de não conseguir dar conta de tudo. Os indivíduos com TDAH acabam deixando trabalhos pela metade, interrompe no meio o que estão fazendo e começam outra coisa, só voltando ao trabalho anterior bem mais tarde do que o pretendido ou então se esquecendo dele.
O portador de TDAH fica com dificuldade para realizar sozinho suas tarefas, principalmente quando são muitas, e o tempo todo precisa ser lembrado pelos outros sobre o que tem para fazer. Isso tudo pode causar problemas na faculdade, no trabalho ou nos relacionamentos com outras pessoas.
A existência da forma adulta do TDAH foi oficialmente reconhecida apenas em 1980 pela Associação Psiquiátrica Americana. E, desde então inúmeros estudos têm demonstrado a presença do TDAH em adultos. Passou-se muito tempo até que ela fosse amplamente divulgada no meio médico e ainda hoje, observa-se que este diagnóstico é apenas raramente realizado, persistindo o estereótipo equivocado de TDAH: um transtorno acometendo meninos hiperativos que têm mau desempenho escolar. Muitos médicos desconhecem a existência do TDAH em adultos e quando são procurados por estes pacientes, tendem a tratá-los como se tivessem outros problemas (de personalidade, por exemplo). Quando existe realmente um outro problema associado (depressão, ansiedade ou drogas), o médico só diagnostica este último e "deixa passar" o TDAH.

TRATAMENTO:

É indicada para o tratamento do TDAH A psicoterapia chamada: Terapia Cognitivo Comportamental. Não existe até o momento nenhuma evidência científica de que outras formas de psicoterapia auxiliem nos sintomas de TDAH.O tratamento com fonoaudiólogo está recomendado nos casos onde existe simultaneamente Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia). O TDAH não é um problema de aprendizado, como a Dislexia e a Disortografia, mas as dificuldades em manter a atenção, a desorganização e a inquietude atrapalham bastante o rendimento dos estudos. É necessário que os professores conheçam técnicas que auxiliem os alunos com TDAH a ter melhor desempenho. Em alguns casos é necessário ensinar ao aluno técnicas específicas para minimizar as suas dificuldades.
Existem ainda tratamentos químicos com: Ritalina, Ritalina LA, Concerta, Focalin, Dexedrine Dextrostat. Adderall, Dexedrine Spansule, Aderall XR, Strattera, Tofranil, Pamelor. Norpramin, Wellbutrin, Atensina.

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